terça-feira, 17 de novembro de 2015

O FILHO PRÓDIGO



Não quis obedecer-te ou deixar-te
os bens que eu julguei que fossem meus.
Por isso, os pedi e abandonei-te
certo de que eu enfim feliz seria.

Julguei também que eu livre estava,
longe do jugo teu e tuas ordens,
e acabei perdido no moinho
da vida que tritura tantos sonhos.

Julguei que eu vivia em alegria,
porém pouco durou essa mi’a vida.
Inesperadamente encontrei-me
sem bens e sem amigos, miserável.

Julguei que para manter o orgulho,
trabalharia no mais vil serviço.
Porém, sentia eu intensa fome,
que não havia como saciar.

Orando a Deus, vi que meus julgamentos
levaram-me a escolhas erradas.
Se eu vivia a indignidade,
a culpa toda cabia em mim.

Eu tinha tudo em casa de meu pai,
no entanto era-me insuficiente.
De quem me amava eu quis independência,
e qual Eva e Adão perdi meu Éden.

Humildemente à casa paterna
eu decidi então que voltaria,
não mais como um filho arrogante,
mas como um servo sem direito a nada.

Quando avistei de longe a grande casa
onde passara a infância em fartura,
logo avistei meu pai a mim correndo,
como esperasse essa minha volta.

Co’abraço, sem palavras, que ele deu-me,
senti que filho seu eu sempre fora
e embora eu o tenha renegado,
o seu amor de pai não se abalara.


Nenhum comentário:

Postar um comentário